'A conta acabou de chegar, mas a luz ainda não', diz moradora que estava há 35 horas sem energia elétrica no Paraná
24/09/2025
(Foto: Reprodução) Moradora no Paraná estava há 35 horas sem luz
Moradores de um condomínio em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, receberam o talão da conta de luz da Copel enquanto estavam há 35 horas sem energia elétrica, na terça-feira (23).
"Essa conta acabou de chegar, mas a luz ainda não. O rapaz veio, mediu e estão aqui todos os boletos para os moradores. Se a gente paga esse uso do sistema, supõe-se que eles tenham os equipamentos para arrumar", disse a moradora Marília Oliveira Santos.
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No Paraná, cerca de 1,1 milhão de propriedades ficaram simultaneamente sem energia elétrica por conta de um temporal que atingiu o estado entre a noite de domingo (21) e a madrugada de segunda-feira (22) e provocou estragos em diversos municípios.
No bairro Emiliano Perneta, onde Marília mora, o fornecimento de energia elétrica foi reestabelecido pela Copel no fim da tarde de terça-feira, cerca de uma hora depois do recebimento da conta.
Para Marília, a falta de informações por parte da companhia foi um dos principais empecilhos durante o período.
Até às 12h desta quarta-feira (24), 6,8 mil imóveis ainda estavam sem energia elétrica no Paraná. A Copel informou que está com equipes nas ruas tentando reestabelecer o fornecimento.
Segundo a empresa, os atendimentos priorizam hospitais, postos de saúde e outros serviços essenciais à população, assim como situações que possam representar risco à vida.
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Cotidiano afetado
Moradora mostra conta que recebeu enquanto estava sem luz há 35 horas no Paraná
RPC
Marília conta que a filha tem degeneração macular – doença que causa a perda da visão central, nitidez e percepção de cores –, o que faz com que a menina tenha baixa visão.
Para a família, a luz é fundamental no cotidiano para que a filha consiga se localizar e andar dentro de casa.
"Ela fica desesperada no escuro. Perguntam por que não vou para a casa de alguém, mas ela se sente segura na casa dela. Ela sabe onde estão as coisas, sabe o caminho do banheiro, sabe o caminho da cozinha… Então não dá para eu ir para a casa de outra pessoa", detalhou.
Na casa onde moram, enquanto estavam sem luz, o improviso foi o recurso usado para tentar manter a normalidade: pacotes de velas e lanterna de celular eram usados para ter um pouco de iluminação, e uma caixa de isopor com gelo foi usada para manter os alimentos refrigerados.
A sorte também contou a favor para a família. Segundo Marília, até domingo a noite, a filha estava fazendo inalação por recomendações médicas após o diagnóstico de uma pneumonia.
"Graças a Deus, de domingo para cá, não precisou, porque se precisasse, teria que ir no postinho", desabafou.
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Estragos pelo Paraná
Fortes ventos causaram a queda de duas torres de alta tensão em Bandeirantes, no norte do Paraná
Divulgação/Copel
Santa Maria do Oeste, na região central do Paraná, registrou estragos causados por um tornado, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Na cidade, os moradores ficaram mais de 24 horas sem água e sem luz depois do vendaval atingir o município. Casas foram destelhadas, plantações e estufas na área rural ficaram destruídas.
Outras cidades do Paraná tiveram estragos causados por um temporal que atingiu o estado. A Copel classificou a situação como "o evento climático mais desafiador dos últimos anos para as redes elétricas da companhia".
Os fortes ventos causaram a queda de duas torres de alta tensão em Bandeirantes, no norte do Paraná, e quebraram 322 postes pelo estado, especialmente por conta da queda de árvores sobre as redes de distribuição.
Segundo a empresa, os atendimentos priorizam hospitais, postos de saúde e outros serviços essenciais à população, assim como situações que possam representar risco à vida.
Foram registrados destelhamentos de casas, quedas de árvores e até o desabamento da cobertura de uma quadra de esportes em uma escola de Ponta Grossa, nos Campos Gerais.
Em Capitão Leônidas Marques, no oeste, uma propriedade rural perdeu cerca de oito mil frangos após queda de energia e falta de ventilação no aviário.
Uma mulher que estava parada no acostamento da PR-180 entre Guairaçá e Terra Rica foi atingida por uma árvore e morreu no domingo (21). Ela e o marido estavam voltando de uma viagem da Argentina, cada um em uma moto, quando aconteceu o acidente. O homem estava um pouco à frente e não foi atingido.
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Imagens cedidas/Polícia Militar/Mariely Pereira Moreira
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